sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

EDUCANDO OU DISCRIMINANDO?

Uma das maiores conquistas do Movimento Negro nos últimos tempos, foi ter conseguido repercussão das suas denúncias em relação a perpetuação do racismo via educação. O que confirma não ser casual o próprio Ministério da Educação admitir e financiar pesquisas que corroboram denúncias que são seculares.
Em novembro de 1987, a Fundação Carlos Chagas, reuniu alguns expoentes bo Movimento Negro e estudiosos sobre a questão e ninguém titubeou: não é apenas a diversidade da situação sócio-econômica que explica a menor representatividade do negro no sistema de ensino. Tal afirmação revela que a cor tem sido um dos determinantes da chamada evasão, que na verdade é expulsa das crianças negras do sistema escolar.
O Brasil, primeiro fora da África e segundo país no mundo com a maior população negra e o último a “libertar” os trabalhadores (as) escravos, tem se inspirado num modelo de educação eurocêntrica, que recrudesce a suposta superioridade do dominante, que não por coincidência é branco. Como conseqüência, a mobilidade sócio, política e econômica de boa parte da sociedade brasileira é obstruída. Ou se preferirmos, “ minorias, quase maiorias”.
A começar da receptividade da escola em relação as crianças negras ao conteúdo veiculado nos livros didáticos, constata-se uma série de preconceitos, estereótipos, que inibem o desenvolvimento da auto-estima, da identidade sócio, política e cultural dessas crianças com seus “recentes” antepassados. Esse fato conspira a favor da idéia de evasão, que há muito tempo percebemos como expulsão.
Tomada como violência, a discriminação racial atenta contra os direitos fundamentais das crianças e adolescentes negras, submetendo-os à condição de cidadãos de segunda classe, excluído-as das possibilidades sociais e reservando para estas crianças e adolescente as piores mazelas. Por este ângulo, a discriminação expõe sua função de agente de dominação, de controle social e político.

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